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sábado, julho 09, 2005

Apenas uma palavra

Espero uma palavra
simples
pequena
inocente.

Que não chega.
E porque não chega
o vento Norte sopra-me
incessantemente
o teu nome.

E na noite estéril e desértica
olham-me os teus olhos
repetidos aos milhares
brilhando no firmamento.

E a palavra não vem
essa simples palavra
qualquer.

Sopra repetido
o vento Norte e
perdido na imensidão da terra
esqueço-me de mim.

Mas nunca me esqueço de ti.
Nem dessa palavra que tarda.

Mesmo aqui
tão longe do mar
escuto o marulhar das ondas
que se perdem na areia da praia
e também elas

me murmuram o teu nome
ao infinito.

Uma palavra apenas
saída dos teus lábios.
Uma palavra simples
pequena e inocente
que não chega.

Mesmo aqui
tão longe do vento Sueste
consigo ouvi-lo

açoitando as rochas
e empurrando o mar para ti.
Também ele repete o teu nome.

Peço ao vento Norte
que vai para o Sul
que te diga
para me mandares

uma palavra…
simples
pequena
inocente…
uma palavra qualquer.

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