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sexta-feira, maio 11, 2007

tu, eu

Eras tu, e era eu
num vórtice eterno
de ternura, e não coisa diferente
em tempo suspenso, no presente
era o que construía na mente

Eras tu, e era eu
querendo, igual ao meu, o sentir teu
numa relação simples, nada atrevida
como a luz natural
no céu azul da vida

Sem fugas nem mentiras
em livre relação sincera
de pura e firme verdade
de simples, simples amizade

Eras tu, e era eu
os dois sorrindo
de nada mais que simpatia
era isso simplesmente
e apenas isso, o que queria.

Porém, sem saber
da nossa semelhança
descuidei, e comprometi
mesmo com a perseverança
naquilo que procurava em ti
esse pouco que havia, perdi.

Insisti no que querias esconder
nunca sendo ofensa para mim
era coisa complicada para ti
e assim, acabei por te perder.

Mesmo longe de mim
afastada do olhar e do sentir
sem poder de novo, sorrir
continuo a gostar de ti, assim.

segunda-feira, outubro 03, 2005

amizade

Começo por tentar transformar tudo em palavras
E assim se ficam, apenas palavras
Palavras que não sabem dizer tudo
Palavras que não conseguem reduzir os sentimentos
Sentimentos vorazes de ternura, carinho e amizade
Amizade indefinida, deformada nas vertigens de um ser alado
Ser alado, complexo, com asas que brincam no vento
Vento que sopra as nuvens e empurra um anjo
Anjo expulso, revolto, que decide tocar-te
Tocando-te solta o teu, e o dele/meu sorrisos
Sorrisos cúmplices… de amizade


Onde deixaste esquecida
A parte que em ti buscava?
A sensibilidade do ser
O sopro de qualquer vida?

Em horas para sempre esquecidas
Com a bela lua no céu iluminada
Em que a memória de ti me dava alento
Como o sol a uma flor na alvorada
Acreditava na simples felicidade
Do teu sorriso poder contemplar
Numa partilha entre amigos
Num simples e inocente relacionar
Mas, iludido, não sabia que fugias
Num profundo desconfiar

E eu, num aperto de alma atroz
Buscava no teu silêncio as respostas
Sem te ver, sem ouvir a tua voz
E esta paixão, assim, tão delicada
Querendo uma amizade desejada
Mas para ti incompreendida
Deixa a minha existência desolada

Onde deixaste esquecido
Aquilo que em ti procurava?
A capacidade de ser amiga
De quem de ti tanto gosta(va)?

Ele
2005-10-03