Harmónio ou concertina
soa ali na eira vizinha,
limpa de grão e palha,
ao fim do dia, à noitinha.
Já é hora do bailarico,
o tocador aperta ó fole
faz gemer o acordeão
a mocidade emparelhada
rodopia na bailação.
Roda, pula, não fica parado
volteia à direita e leva o par.
Assim se baila no eirado,
toda à noite até o Sol raiar.
E sucedem-se as modas,
as mazurcas, os fandangos,
vem a valsa de Odemira
mais um malhão certinho
e lá do norte soa o vira
depois volta ao corridinho.
Eia roda-viva de outrora,
ordenada pelo mandador
entoada pela cantadeira
feita de alegrias simples
da dançarina e do bailador
no terreiro da nossa aldeia.
Foto-poema feito no baile de Barão de S. João
do mandador Deodato