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sexta-feira, maio 11, 2007

tu, eu

Eras tu, e era eu
num vórtice eterno
de ternura, e não coisa diferente
em tempo suspenso, no presente
era o que construía na mente

Eras tu, e era eu
querendo, igual ao meu, o sentir teu
numa relação simples, nada atrevida
como a luz natural
no céu azul da vida

Sem fugas nem mentiras
em livre relação sincera
de pura e firme verdade
de simples, simples amizade

Eras tu, e era eu
os dois sorrindo
de nada mais que simpatia
era isso simplesmente
e apenas isso, o que queria.

Porém, sem saber
da nossa semelhança
descuidei, e comprometi
mesmo com a perseverança
naquilo que procurava em ti
esse pouco que havia, perdi.

Insisti no que querias esconder
nunca sendo ofensa para mim
era coisa complicada para ti
e assim, acabei por te perder.

Mesmo longe de mim
afastada do olhar e do sentir
sem poder de novo, sorrir
continuo a gostar de ti, assim.

quinta-feira, abril 12, 2007

se viesses hoje

.
Se tu viesses ver-me hoje

movida por suave toque de loucura
E me tocasses com os teus lábios
com desejo e desenvoltura
com muita graça e desconfiança pouca
e me prendesses num abraço de sentimento
com os teus beijos e o teu sorriso
Se tu viesses linda e louca
entraria no Paraíso
.

quarta-feira, agosto 23, 2006

apenas isto


Neste fervor
assaz suspeito
o meu querer
é ver-te
e aceitar-te
como és.

O meu desejo
é falar-te
e construir
com as palavras
uma pequena ilha
encantada.

O meu sonho
é ficar-me
depois
absorto
e enlevado
na recordação de ti.

Sem razão especial
sem pretexto adicional
e meu propósito é
ser-te franco
e receber
a tua sinceridade
para que entre os dois
não exista falsidade
nem o horror do silêncio.

A minha esperança
espera
que um dia
um qualquer dia
próximo
ou distante
a tua necessidade
de mim
por um qualquer
simples
ou ignoto motivo
te traga
envolta num manto
de serenidade
e
sem constrangimentos
te entregues
à minha
incondicional
amizade.

francisco

quinta-feira, maio 11, 2006

uma gota


mais do que uma gota
tem a água na mão em concha
ou a que corre no rio
e a que o mar contém
toda ela
porém
é parcela ínfima
do sentimento
concentrado
numa lágrima
súbita
que vem

quarta-feira, janeiro 04, 2006

ausência



a razão a travar-me
a angustia e as lágrimas
ou o mistério dentro de mim
a dor presente na memória
nas trevas, na noite
na ausência de ti
no teu silêncio
que não tem hora
para não estar
como o meu imenso pesar


terça-feira, dezembro 27, 2005

sentindo na tristeza

às vezes entristeço-me por um qualquer motivo
outras vezes sem motivo algum, apenas absorto
vindo de dentro de mim, porque sou ser vivo
ou pelos males deste mundo com defeito e torto

e vem a tristeza de uma palavra ou de um gesto
dos que têm um amor mas desconfiam continuamente
ou dos que têm um relógio e correm desalmadamente
quando há tanto que fazer e não se pára para ler, nem rir
nem ouvir música, nem brincar, nem mesmo para sentir

e assim, neste deserto de alma, um sentimento é bem-vindo
até um entusiasmo, uma melancolia ou uma paixão
qualquer sentimento, quer fique chorando ou rindo
qualquer coisa é boa, até uma simples e fugaz emoção

e assim ao sentir algo sinto uma alegria
e sentindo, sinto a vida nova e revitalizada
porque triste, triste mesmo, é não sentir nada.

Ele
2005-12-27

quinta-feira, dezembro 22, 2005

sonho nebuloso

Já somente me apareces
como um sonho nebuloso
em que fico absorto, e assim
irei navegando ansioso
pelos mares sem fim
sonhando atracar em teus braços
meu lindo anjo de cetim

Ele

2005-12-22

sexta-feira, dezembro 02, 2005

duas coisas (p/ Rivatti)

Duas coisas neste mundo
Eu gostava de possuir
O teu olhar doce e profundo
E o teu modo gentil de sorrir

Não dizes que gostas de mim
E se gostas, eu nunca senti
O teu gosto é outro, isso sim
Gostas é que eu goste de ti


Ele

2005.12.02

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Amiga (p/ Rivatti)

Amiga
eu queria escrever-te um poema longo, sem fim
mas para quê, sinceramente?!
se no fundo apenas quero dizer-te que gosto de ti,
assim, simplesmente.

às vezes tenho que pegar no livro
para ajustar uma palavra
pois nem tudo o que escrevo, sinto, ou vivo
pois nem tudo é de minha lavra

no dicionário procurei
palavra para rimar
quando AMIGA encontrei
o livro pude fechar.

Ele
2005-12-01

quarta-feira, novembro 30, 2005

de um sonho



Sonho
um sonho
vindo de longe
nem sei de onde
em asas de borboleta
que são olhos
teus
olhando os meus
e entrando
no meu coração

Sofro
mas não desperto
não acordo
imerso nesta fantasia
esqueço a amarga realidade
mas não evito a angústia
que me invade
e desgraçadamente
refém desta saudade
suspiro por ti
desesperadamente.

Sinto
a dor deste sentir
não correspondido
como te é votado
e assim desiludido
num coração magoado
sinto-me só e perdido
quando afinal
desejo apenas, amizade
.
Ele

segunda-feira, novembro 14, 2005

desânimo

Faço versos como um lamento
de desalento, de desencanto
sai deste blogue, se no momento
não tens motivo certo de pranto

E é poesia de sangue quente
que se derrama, caindo ao chão
vertendo das veias veloz e ardente
deixando-me vazio o coração

E esta poesia vomitada e louca
provindo de fel que sai e escorre
deixa-me intenso amargo na boca
pois faço poemas como quem morre.


Ele

2005-11-13

domingo, novembro 13, 2005

Escuto-te

Escuto os teus movimentos, o teu respirar
escuto o que pensas, como se te ouvisse falar
ouvindo-te mexer nisto e naquilo
e os teus dedos no teclado a teclar

Fico impressionado e penso
se tudo o que és e fazes
é assim por mim escutado
como não hei-de aceitar
ficar tão maravilhado?!

Ele
2005-11-13

O teu corpo (p/ R)

Nesta escuridão escuto
como se difunde a secreta ambição
de uma distância impossível

Quando na noite a saudade de ti avança
repito-me que não te evoquei
que é apenas uma provocação
uma partida da mente
e afasto-a rapidamente
para longe da incerteza
e desta cruel pureza
pois dela nascendo um desejo
nela se dissipa.

Ele
2005-11-13

escrever

Num silêncio de floresta escrevo
Lendo e relendo o incerto, inseguro,
aquilo que dificilmente compreendo
e me faz escrever estas palavras
obrigadas por aflições e equívocos.
A meio da noite escrevo
como um céu que se abre
mostrando estrelas brilhantes
para lá do infinito do azul
como mar que se evapora
deixando apenas o sal
sentindo-me já liberto
desta paixão que me reduziu
e agora é nuvem derramada
ainda insistindo em tapar o sol
mas que num lento adeus
declina rumo ao ocaso.

Ele

2005.11.13

quinta-feira, novembro 10, 2005

o teu rosto (p/ R)

O teu rosto resplandecente
irradia uma luz silenciosa
que tudo revela e transforma
em paraísos e ilhas encantadas
visitadas num voo de pássaro.
Esquecer esse rosto é trucidar o coração
Ignorá-lo é viver cego aos tropeções
Não preciso repetir-te que o teu rosto
Apenas me promete impossíveis revoluções


Ele
2005.11,10

quarta-feira, novembro 09, 2005

entra-me

E chegaste sem anúncio
Entrando por mim adentro
Como quem entra num automóvel
E parte por aí, à aventura

És como um almocreve
Que me traz novos odores de especiarias

E vieste trazendo contigo outro sabor
Um olhar diferente, um gesto novo
E contigo esqueço os tormentos
Mergulhando em ti nesses momentos

E a réstia de doloroso sentimento
Que não cede mas acalma
Sob o encanto do teu gesto
Parto na tua viagem
Mesmo sem viajar, sem partir, sem ir
Mesmo sem estar

E a memória já não magoa tanto
Porque esse sentimento dorido
Acalma nesse, teu, outro olhar

És um enigma que não resolvo
E assim continuamos por entender
Numa mão cheia de prazer
E um peito acolhido noutro

Solto-me
Preso ainda a umas grilhetas
Solto pareço-me vivo
Mas vivo pareço-me preso
Ainda do profundo sentimento

E se o teu calor me arrefecer esse sentimento outro
Renasço para o mundo que deixei forçado
Preso sou livre, pareço
Livre não passo de preso em começo

Rodopia-me a paixão em tarde de lotaria
Procurando acertar nos números
Que me trazem olhares, mãos e sorrisos



domingo, novembro 06, 2005

morrer por morrer...

Ando pensativo e tristonho
Por causa desta melancolia
E só tu podes mudar tal sonho
Em momentos de alegria

Nesse teu olhar de menina
E sorriso de vestal divina,
Trazes o azul que me enleia,
Contigo, do oceano, ó sereia.

E adoro-te assim tanto e tudo
Nesta triste e magoada situação
Deste sentir sublime, mas mudo
Como poeta que ama a paixão.

Num ardente e estéril deserto
Salva-me a tua imagem, alívio
Sinto o teu perfume bem perto
E já quase morto volto a vivo.

Ai, esse teu sopro, que delícia
Assim tão suave mas tão forte
Que faz renascer numa carícia
A minha alma quase à morte.

E a lua em noite de céu estrelado
Escuta os meus suspiros contidos
Nas labaredas deste fogo ateado
Que queima silêncios e gemidos.

A minha sede em ti se saciaria
Nas infindas noites de agonia
Em que ora prendes e escravizas
Ora me soltas e dás alforria.

Parar de te adorar é morrer
Como o é parar de tal coisa dizer
Como o é parar de assim te escrever
Pr’a mim tudo isso é morrer

E morrer por morrer
Morra por ti, por algo fazer
Morra por te ter ou não ter
Mas não morrer mudo e a sofrer

Estar por um sonho apaixonado
É nunca alcançar o almejado
Pois é grande e má aposta
Gostar de quem gosta da gente
Mas que por azar não gosta
Como queremos que goste realmente.

Ele

2005.11.06

segunda-feira, outubro 03, 2005

amizade

Começo por tentar transformar tudo em palavras
E assim se ficam, apenas palavras
Palavras que não sabem dizer tudo
Palavras que não conseguem reduzir os sentimentos
Sentimentos vorazes de ternura, carinho e amizade
Amizade indefinida, deformada nas vertigens de um ser alado
Ser alado, complexo, com asas que brincam no vento
Vento que sopra as nuvens e empurra um anjo
Anjo expulso, revolto, que decide tocar-te
Tocando-te solta o teu, e o dele/meu sorrisos
Sorrisos cúmplices… de amizade


Onde deixaste esquecida
A parte que em ti buscava?
A sensibilidade do ser
O sopro de qualquer vida?

Em horas para sempre esquecidas
Com a bela lua no céu iluminada
Em que a memória de ti me dava alento
Como o sol a uma flor na alvorada
Acreditava na simples felicidade
Do teu sorriso poder contemplar
Numa partilha entre amigos
Num simples e inocente relacionar
Mas, iludido, não sabia que fugias
Num profundo desconfiar

E eu, num aperto de alma atroz
Buscava no teu silêncio as respostas
Sem te ver, sem ouvir a tua voz
E esta paixão, assim, tão delicada
Querendo uma amizade desejada
Mas para ti incompreendida
Deixa a minha existência desolada

Onde deixaste esquecido
Aquilo que em ti procurava?
A capacidade de ser amiga
De quem de ti tanto gosta(va)?

Ele
2005-10-03

segunda-feira, setembro 19, 2005

amiga

Minha amiga
como fios de seda sinto os teus cabelos agitando-se
quais chicotes que me acariciam as pupilas
castigando a ousadia de amar.
E na alva arquitectura do teu rosto
sinto os teus olhos como luas
que iluminam as noites do meu desespero
povoadas por estrelas errantes e incorpóreas.
Amiga minha
o teu olhar derrama as lágrimas
de milhões de constelações feitas e refeitas
pela tua voz quando assoma entre os teus lábios
num sussurro de criação divina
de palavras-carícia
elevadas dessa alma que bate
tão vincadamente.
Entenderás quão formosa é a tristeza
quão límpida é a lágrima que cai
que em dor profunda contrai a majestosa beleza?!
E no fim de tudo és um pensamento
meu
de luz pura.

2005.09.19
Ele

sábado, setembro 17, 2005

entre nós dois (p/ R)


Entre nós dois as palavras em silêncio
Entre os dois um só a sentir
Entre nós dois um claro fremir
De um, apenas um, num intenso pulsar

Na tua boca um murmúrio
Que cala a palavra TER
No teu sorriso uma promessa
No meu haver, o teu ser

Havia de, nas minhas, segurar a tua mão
Havia de calar, nos meus, os teus lábios
Havia de olhar, fundo, nos olhos
Havia de preencher o teu coração

Ele
2005-09-17