Ofuscado pelo calor do sol reverberado na calçada polida, em redor dos canais por onde circulam estranhos, assalta-me a maldade de escrever. Maldade que me cometo, afrontado pelo desejo de explorar insuspeitos recantos de mim. Queima-me por dentro o ar quente deste Verão, quase tanto como as palavras que chocam entre si procurando o sumidouro para o exterior de mim. Se me aproximo do rio atiro-as às rochas, estas palavras ardentes. Por isso vagueio pelas ruas interiores, longe do mar, resguardado da aragem de Norte. E ardo, os pés na calçada, os pulmões ao ar, e nas veias as palavras rubras como pedras luzidias no entardecer.
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sábado, julho 12, 2008
no calor dos dias
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