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sábado, outubro 18, 2025

Bem-vindo à Idade Tola

Bem-vindo à Idade Tola

 

Na Idade Média, o saber era lume,

Na Moderna, a razão fez-se activa;

A Contemporânea mostrou o costume,

E a Tola brilha em vaidade altiva.

 

Eis a Idade Tola, império bem vão,

onde o ruído é rei e a luz mentira;

cada ignorante julga-se sábio, então,

e a multidão aplaude o que expira.

 

Vendemos honra em praças digitais,

por glórias breves, fúteis e sem cor;

erguemos templos aos nossos ideais,

mas esquecemos o verdadeiro valor.

 

Belos são os profetas da ilusão,

se o ouro lhes sustenta a pregação;

milagres duram o tempo da atenção,

e o público aplaude tamanha confusão.

 

A criança scrolla antes de falar,

a mãe publica as unhas e o rubor;

o pai prega virtude sem praticar,

e a pátria vota acéfala, sem pudor.

 

Ó Razão, fugitiva e desterrada,

partiste acaso ou foste castrada?

Enquanto a Terra arde em claridade,

os tolos brindam à sua insanidade.

 

O fogo é festa, a ruína, ornamento,

o crime, meme; a dor, diversão;

e o bobo, coroado em falso talento,

governa o circo, chama-lhe “nação”.

 

Bem-vindo, hóspede, à loucura humana,

o mundo brilha, mas esquece o pensar;

sabemos tudo, e nada se engana,

inventamos tudo, mas nada é amar.