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terça-feira, novembro 15, 2005

Estou aqui...

Dorme, meu amor, que o mundo já viu morrer mais
este dia e eu estou aqui, de guarda aos pesadelos.
Fecha os olhos agora e sossega o pior já passou
há muito tempo; e o vento amaciou; e a minha mão
desvia os passos do medo. Dorme, meu amor -

a morte está deitada sob o lençol da terra onde nasceste
e pode levantar-se como um pássaro assim que
adormeceres. Mas nada temas: as suas asas de sombra
não hão-de derrubar-me eu já morri muitas vezes
e é ainda da vida que tenho mais medo. Fecha os olhos

agora e sossega a porta está trancada; e os fantasmas
da casa que o jardim devorou andam perdidos
nas brumas que lancei ao caminho. Por isso, dorme,

meu amor, larga a tristeza à porta do meu corpo e
nada temas: eu já ouvi o silêncio, já vi a escuridão, já
olhei a morte debruçada nos espelhos e estou aqui,
de guarda aos pesadelos a noite é um poema
que conheço de cor e vou cantar-to até adormeceres.

Maria do Rosário Pedreira


A ti francisco e nana, que eu tanto amo...

2 comentários:

  1. ena...ena... mas este tipo de poesia não te conhecia.
    Obrigado, amiga. Beijos. E que tudo melhore por aí.

    ;)

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  2. enganaste-te acerca da nana, esta é outra pessoa, também mt especial para mim. Mas não a nossa amiga que estavas a pensar. Essa, espero-a aqui a todo o momento. Voltou à poesia. Convidei-a para a caixinha. Aceitou.

    beijo

    ;)

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