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domingo, novembro 06, 2005

morrer por morrer...

Ando pensativo e tristonho
Por causa desta melancolia
E só tu podes mudar tal sonho
Em momentos de alegria

Nesse teu olhar de menina
E sorriso de vestal divina,
Trazes o azul que me enleia,
Contigo, do oceano, ó sereia.

E adoro-te assim tanto e tudo
Nesta triste e magoada situação
Deste sentir sublime, mas mudo
Como poeta que ama a paixão.

Num ardente e estéril deserto
Salva-me a tua imagem, alívio
Sinto o teu perfume bem perto
E já quase morto volto a vivo.

Ai, esse teu sopro, que delícia
Assim tão suave mas tão forte
Que faz renascer numa carícia
A minha alma quase à morte.

E a lua em noite de céu estrelado
Escuta os meus suspiros contidos
Nas labaredas deste fogo ateado
Que queima silêncios e gemidos.

A minha sede em ti se saciaria
Nas infindas noites de agonia
Em que ora prendes e escravizas
Ora me soltas e dás alforria.

Parar de te adorar é morrer
Como o é parar de tal coisa dizer
Como o é parar de assim te escrever
Pr’a mim tudo isso é morrer

E morrer por morrer
Morra por ti, por algo fazer
Morra por te ter ou não ter
Mas não morrer mudo e a sofrer

Estar por um sonho apaixonado
É nunca alcançar o almejado
Pois é grande e má aposta
Gostar de quem gosta da gente
Mas que por azar não gosta
Como queremos que goste realmente.

Ele

2005.11.06

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