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segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Há tanta sensação que não conheço

Há tanta sensação que não conheço,
tanto vibrar de nervos que não sinto,
e contudo parece que as pressinto,
apesar de ver bem que as deesconheço.

A sensação que tem, à noite, o ar
quando o orvalho o toca, em beijos de água,
é porventura, irmã daquela mágoa
que sente, quando chora, o meu olhar?

Tem, porventura, alguma semelhança
a sensação dum cravo numa trança,
com a ância de quem morre afogado?

E fico-me a pensar que sentirá
uma vidraça quando o sol lhe dá,
e a rasga a mão de luz, de lado a lado...

João Lúcio
(retirado de Costa D'Oiro, Maio de 1936)

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