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quarta-feira, abril 16, 2008

nos teus olhos, o universo

Nos universos que me habitam
encontrei os teus olhos escuros
num edifício enorme
sobranceiro ao mar
de ondas revoltas
que se quebram
nas minhas mãos
provenientes dos confins
dos universos que habito

Encontrei-te ontem
e antes disso
sorriste também
mas não era alegria
e sim apreensão
nervosismo, receio
de te perderes
nos universos que me habitam

És apenas uma miúda
que tudo vê de um só ângulo
ainda não aprendeste a coragem
de quem caminha na chuva
de quem não teme molhar-se
de quem não estremece com trovões
encolhida, nada adianta
o universo tudo contém e absorve
tudo molha e tudo seca
como o universo que habito
nos teus olhos escuros.

1 comentário:

  1. Há muito que não vinha aos poemas em azeite.
    Em azeite,
    aguentam-se um ano ou mais ...
    Um abraço

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