Pedras talhadas em ângulos
redondos
reverberando a luz zenital
no metal vertical
logo reflectidas
nas tépidas águas.
Ali, corpo imerso
e alma flutuando
aguardando o sopro
da minha boca
exala um leve som
de olhos cerrados
nas profundidades
superficiais
do lago.
Silêncio denso
após gota que cai
dentro do corpo
suspenso
imóvel
inerte no líquido
que dilui
o odor a terra que se eleva
do labirinto subterrâneo
onde o ouvido escuta
as bátegas de água
que alimentam a vida.
Ecoam flautas zoomórficas
que abrem parêntesis
e resgatam estrelas
da incomensurável
profundidade
do buraco negro
que engoliu
perverso
as minhas ilusões.
Posso voar.
Sinto-o no corpo.
...
Desespera-me tanta gente sossegada.
...
Voo.
(efe - colectânea de poesia kitschunga)
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